Infelizmente, segundo os analistas da prestigiada revista “The Economist”, a recuperação das bolsas mundiais, está a ser alimentada por uma onda de otimismo.
De acordo comos analistas da revista, mesmo com o péssimo desempenho das ações e títulos ao longo do último ano os mercados financeiros estão a flutuar em alto otimismo. Os investidores investem cada vez mais e o resultado será “cortes nas taxas de juros no final de 2023, o que ajudará as principais economias do mundo – e mais importante a América – a evitar uma recessão”, é referido na publicação.
Enquanto isto se passa, os investidores atiram a economia para um “precipício dourado” na qual “os lucros das empresas crescem de forma saudável enquanto o capital cai”.
Desta forma, e antecipando esta realidade o índice S&P 500 subiu quase 8% desde o início do ano, sendo que as empresas estão a ser avaliadas cerca de 18 vezes a mais do que os seus futuros lucros.
Não são apenas os mercados americanos que deram um salto. As ações europeias subiram ainda mais, em parte graças a um inverno quente que reduziu os preços da energia. Sendo que Portugal, já começou conversações com os parceiros europeus, para implementar a taxa MIBEL a nível europeu.
Esta ideia cor-de-rosa é “provavelmente um equívoco”, refere a revista, tendo em conta a batalha mundial contra a inflação que está longe de terminar. E isso significa que os mercados podem sofrer uma correção desagradável.
A revista adianta ainda que existe a possibilidade dos bancos centrais “diante de uma inflação persistente , não terão vontade de tolerar uma recessão. Em vez disso os reguladores “podem permitir que a inflação fique um pouco acima das suas metas”. No curto prazo, isso traria uma grande corrida económica. Da mesma forma, “também pode trazer benefícios a longo prazo: eventualmente as taxas de juros iriam embelecer-se mais altas por causa da inflação mais alta, mantendo-as seguramente longe de zero e dando aos bancos centrais mais munição monetária durante a próxima recessão. Por isso, muitos economistas acham que a meta de inflação ideal é acima de 2%”, sublinha a revista.
Até agora, os bancos centrais do mundo desenvolvido não mostram sinais de reverter o curso. Mas mesmo que a inflação caia ou que eles desistam de combatê-la, é improvável que quem elabora as políticas o faça de uma maneira perfeita, refere a revista.
De qualquer forma, “os investidores devem preparar-se para a decepção”.