De certeza que já se interrogou, o porque de neste momento as taxas de juros nos depósitos a prazo estarem tão baixas em relação aos Certificados de Aforro.
A razão é que o rácio de transformação da banca, está atualmente no valor mais baixo desde março de 1998 e é 1,6 vezes inferior ao rácio de transformação médio desde a adesão de Portugal à Zona Euro.
O que isto significa é que por cada 100 euros que captam em depósitos, os bancos emprestam atualmente 79 euros. Só em março de 1998, há 25 anos atrás, é que tivemos um rácio tão baixo.
Esta baixa alavancagem deriva das politicas mais conservadoras dos bancos e das próprias exigências da regulação, o que faz com que haja um enfoque na liquidez de curto e longo prazo.
No entanto, a banca não está a cortar na torneira do crédito. Nos últimos 4 anos, a concessão de crédito aumentou a um ritmo médio de 2,5% por ano, tendo culminado em 196 mil milhões de euros atribuídos em crédito no final de 2022. O valor mais elevado desde 2015.
A razão para isto, é que os bancos estão a captar recurso a um ritmo médio anual de 7,7%, apesar das taxas de juro estarem perto de 0%, contabilizando os bancos em depositos nos seus cofres quase 250 mil milhões de euros, no ano passado.
Há já muito tempo que os bancos não se encontravam numa situação de liquidez tão forte, estando assim a alavancagem a diminuir.
Basta lembrar que em 2009, o sector apresentava um rácio de transformação de 160%.
O extinto BES, por exemplo, chegou a ter um rácio de transformação de 195%, o que significa que por cada 100 euros de depósitos o banco emprestava 195 euros.
Com estes valores, os certificados de aforro ainda deverão ser mais rentáveis do que os depósitos a prazo durante todo o ano de 2023.
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