Estamos numa época de luta na Banca Nacional por novos clientes. Graças a isso, assistimos a um corte generalizado nos spreads. Os bancos tem dinheiro para emprestar e querem empresta-lo. No entanto o crédito habitação, vai muito além das taxas de spread. É preciso fazer as contas ao resto.
Os bancos estão com vontade de lhe emprestar dinheiro para comprar a casa dos seus sonhos. Se for cliente de outra instituição, estão com vontade de o ganhar como cliente.
Como já referi neste artigo, existe uma luta na banca para atrair novos clientes.
É verdade que os valores continuam longe dos que o mercado praticava pouco antes da crise do subprime.
Nessa altura, havia oferta de spreads de 0,25% e campanhas promocionais de spread nulo durante os primeiros 12 meses do contrato.
Porém, a luta pelo crédito à habitação das famílias está mais feroz que nunca.
As famílias agradecem, mas com a subida das taxas de juro, é preciso estar atento a todas as variáveis.
O spread, por si só pode não significar a opção mais barata.
O spread é talvez o custo menor num crédito à habitação
A diferença, num empréstimo com um spread de 1,2%, face a uma proposta com um spread de 1,1%, é de apenas 9,14 euros por mês. Isto numa taxa Euribor a 12 meses.
Mas a diferença entre subscrever o seguro de vida com o banco ou contrata-lo fora do banco, supera os 20 euros por mês. Trata-se de uma poupança que facilmente supera os 60%.
Atenção ao Cross Selling
É também importante estar atento aos produtos cruzados que o banco “obriga” a subscrever para ter o spread mais baixo (o chamado cross selling).
Muitas vezes o cartão de crédito ou a comissão de manutenção da conta anulam a poupança do spread.
Também deve comparar os custos, e as comissões associadas à contratualização do contrato. Geralmente são, a comissão de avaliação do imóvel, a comissão de dossier ou a comissão de formalização do crédito. Por vezes, a diferença destas comissões entre bancos superam os 500 euros.
É crucial, que para evitar cair na armadilha do spread mais baixo, esteja atento e verifique sempre a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global).
Ela representa o custo total anual do crédito habitação.
A TAEG reflete não apenas o spread e a taxa de juro, mas todos os custos associados ao empréstimo durante um ano
Se, mesmo assim, tiver duvidas, veja na FINE (Ficha de Informações Normalizada) o valor do MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) .
Todos os bancos são obrigados a fornecer esta informação ao consumidor.
Com estes valores em mãos, basta comparar propostas de diferentes bancos usando os seus simuladores.
É certo que nos empréstimos contratados a taxa de juro variável ou mista, tanto a TAEG, como o MTIC são valores indicativos.
Como, nestes contratos a taxa de juro pode variar ao longo do tempo, os valores da TAEG e do MTIC são apenas indicativos. Podem se alterar com a subida e a descida das taxas de juro.
Mas, a TAEG e o MTIC são essenciais, para comparar propostas semelhantes, na hora de escolher a instituição de crédito.
Verifique os valores
Verifique as condições contratuais
Apesar de muitas vezes, parecerem iguais, podem haver grandes diferenças entre bancos. A diferença entre seguros, pode significar uma poupança de 50% ou mais, mas tem de ter atenção às coberturas.
Pois, isto significa que ao optar por essa solução estará menos coberto numa situação inesperada.
Isto não significa que a proposta com menos coberturas do seguro e mais barata, não seja a que mais serve o propósito que procura.
Em suma, é importante, conhecer todos os fatos antes de fazer um crédito que ficará consigo nos próximos 30 ou 40 anos.
Faça muitas simulações, e em caso de duvida pergunte ao banco. Lembre-se de que para si, o crédito vai ser uma obrigação e para eles um investimento.