A Instabilidade da Economia Veio para Ficar!

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A Economia na Europa vive uma época de nervosismo

Foi com grande apreensão que a maioria dos economistas e dos investidores recebeu as noticias sobre o Credite Suisse. Imediatamente veio à mente episódios passados, nomeadamente com bancos americanos (SVB) que causaram grande descalabro na economia mundial.

Posto tudo isto, e perante a possibilidade de abrandar a subida de juros, o BCE, decidiu manter essa mesma subida, que já tinha sido anteriormente prevista, e pelo menos da minha parte, ainda bem que o fez! Estamos neste momento, num período de grande instabilidade economia e de grande nervosismo nos mercados.

Não, é agora, o momento para o BCE repensar a sua politica monetária, mas já se deve começar a agir, considerando que, a subida abrupta dos juros começa a fazer tremer alguns bancos. O BCE pode, e deve, começar a transmitir a noção de que os juros se irão fixar cerca dos 4 ou 5% (como já antes tinha eu dito) e que a próxima subida (estamos agora nos 3,25%), poderá ser menos acentuada do que os 50 pontos base (0,5%) e que poderá ficar apenas pelos 25 pontos base (0,25%).

Não nos devemos esquecer de que os bancos europeus, se encontram agora num momento de grande stress e escrutínio por parte dos investidores, e que infelizmente o mercado de investimentos é feito por pessoas emocionais e não racionais.

Já se começam a fazer escutar noticias acerca da solidez do BCP. Pessoalmente, e após uma analise aos dados disponíveis acerca do banco, acredito que haja ali solidez, apesar de que a ROE (Rate of Exchange) é baixa (cerca de 4%), o banco aparenta ter uma boa relação entre passivos e ativos. O maior problema do BCP, é neste momento, ter investido uma boa parte dos seus ativos em Obrigações. Quando os juros estão baixos, as obrigações são facilmente convertíveis em dinheiro para os depositantes, mas quando os juros estão altos (como agora) o mesmo não será verdade.

Na realidade, tanto a liderança do BCP como a de outros bancos, imaginou (e bem) que perante uma situação de juros baixos, a melhor maneira de garantir a segurança dos depósitos seria as obrigações, mas infelizmente, agora a maré baixou muito rapidamente e a subida abrupta dos juros ameaça deixar estes bancos em maus lençóis, caso haja uma retirada rápida de dinheiro por parte dos depositantes. Eu, pessoalmente, não tenho dinheiro no BCP e neste momento não quereria ter, mas a realidade da coisa é que conforme, eu já tinha escrito no Praça Alta, em caso de dificuldade dos bancos (seja ele qual for) a lei europeia, é clara. Primeiro, o banco usa o dinheiro dos grandes investidores, depois o dos depósitos e só no fim (se for necessário) o dos contribuintes. Numa situação como a que começamos a vivenciar, pessoalmente aconselho a ter algum dinheiro no colchão. Pelo sim, pelo não!

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