Projeto Nessie: como a Amazon enganou os clientes americanos.

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Foto de Christian Wiediger na Unsplash

O “Projeto Nessie” veio à tona como um algoritmo obscuro e secreto empregado pela Amazon, levantando sérias questões sobre as práticas da gigante do comércio online.

Este algoritmo, de acordo com a Federal Trade Commission (FTC), desencadeou um aumento significativo nos preços, resultando em um aumento de mais de um bilhão de dólares em ganhos para a empresa.

Segundo a FTC, a Amazon desenvolveu o “Projeto Nessie” como uma estratégia ardilosa para identificar produtos específicos nos quais previa que outras lojas online seguiriam os aumentos de preços. Embora a Amazon tenha alegado que não usa mais esta ferramenta, ela terá sido empregada durante anos para distorcer a concorrência e maximizar seus lucros.

De acordo com a Reuters, e conforme o artigo do Expressso, o algoritmo foi inicialmente testado em 2010 com o objetivo de verificar se os concorrentes acompanhavam os preços da Amazon e, caso contrário, elevar os preços de produtos específicos. Mesmo quando a concorrência reagia igualando ou superando os preços, a Amazon supostamente continuava a vender esses produtos a preços inflacionados, acumulando um lucro excessivo de um bilhão de dólares.

A Amazon, segundo a acusação, pausou o uso do algoritmo em momentos estratégicos, como durante o Prime Day e a temporada de férias, quando a atenção do público estava focada em outras promoções. Após desviar a atenção, a empresa reativava o “Projeto Nessie”, administrando-o de maneira mais ampla para compensar o tempo em pausa.

Em abril de 2018, o algoritmo foi utilizado para precificar mais de 8 milhões de produtos, custando aos consumidores quase 194 milhões de dólares. Após suspender o uso em 2019, a FTC alega que um alto executivo da Amazon, Doug Herrington, considerou a possibilidade de reutilizar o algoritmo em janeiro de 2022, em uma tentativa de impulsionar ainda mais os lucros.

A FTC classifica o “Projeto Nessie” como um “método de concorrência injusto”, pois manipula outras lojas online para elevar os preços, permitindo que a Amazon faça o mesmo. A denúncia também acusa a Amazon de tentar ocultar informações sobre as suas operações anti-concorrência, lançando luz sobre práticas potencialmente prejudiciais ao mercado e aos consumidores.

A pergunta que agora se coloca, é se esta prática também terá ocorrido na Europa, e se os consumidores europeus terão sido também lesados.

Isto levanta novamente a questão da necessidade de uma vigilância constante e regulamentação rigorosa com âmbito global, para garantir que os consumidores não sejam explorados e que a concorrência e transparência sejam preservadas.

A aplicação de medidas antimonopólio podem desempenhar um papel crucial na prevenção de abusos semelhantes .

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